Tive a maior experiência
espiritual da minha vida. Aconteceu-me algo que mudou a minha história de vida para
sempre.
De dois chuchus fiz dois bois;
com perninhas de palito de fósforo. As estradas eram marcadas com pedrinhas. Olhei
para os lados para ver se achava mais alguma coisa que pudesse me servir de
referência para montar minha fazendinha imaginária. Comecei então a “enxergar”
a beleza das formas do chuchu e do pimentão que minha mãe tinha um pé de cada
espécie plantado no quintal. Comecei a maravilhar-me com as árvores, as cores e
formas das flores e pensei:
- Essa “casa” aqui é minha e
de minha família, (achava) as outras são dos vizinhos! Mas de quem são as
árvores da rua? Quem as fez? Nossa! Ele deve ser muito inteligente e rico para
fazer tantas coisas lindas e deixá-las na rua. Será que Ele é legal?
Era muito o entusiasmo do meu
coraçãozinho de cinco anos. Nunca tinha tido tantas dúvidas e sentido tantas
emoções até aquele momento de minha existência. Corri o mais rápido que pude na
direção onde minha mãe estava e perguntei-lhe:
– Mãe, conhece o dono das
árvores, do chuchu e das flores? Minha mãe estava fazendo a janta e era já fim
de tarde. Nossa “casa” era um cômodo médio cercado de madeirite com uma janela
e uma porta de madeira com tremela (tipo faroeste [risos]), minha cama ficava
perto da janela, fiquei de joelhos no colchão, coloquei os braços para fora da
janela e voltei a maravilhar-me com as cores das flores e as formas das árvores
a minha frente - agora recebendo os últimos raios do sol que se punha naquela
tarde e minha mãe continuou fazendo a janta e não me respondeu naquele momento.
A noite chegou devagarzinho e “segui” o vento que me bateu suavemente no rosto,
como se me dissesse:
– “Está escuro na terra, olhe
para o alto.” E enxerguei uma bola cheia, enorme! Sei que estava brilhante -
iluminada. Vi uns pontinhos pequenos ao lado dela que pareciam vaga-lumes. Foi
a primeira vez que “enxerguei” um céu acima de mim. Onde será que está à
“cordinha” que segura àquela bola iluminada? E os vaga-lumes não cansam de
ficar esse tempo todo lá em cima?
Mãe! Onde está a cordinha
daquele balão? Por que os vaga-lumes foram lá para cima? Você conhece o dono
das árvores que te perguntei?
“Vem jantar!” Recebi meu prato
com a refeição de mamãe, mas minha fome era de respostas. E aí, responde-me!
– “Aquilo lá é o céu, menina!”
Riu minha mãe. “Não é bola e nem vaga-lume, são a lua e as estrelas. O dono de
todas estas coisas é Deus.”
Quem é Deus?
Onde ele mora?
Ele é rico demais, né?
– “Sua comida vai esfriar,
come e depois te explico.”
Comi o mais rápido que pude.
– “Já comeu? Quer mais?”
– Não! Quero que me fale quem
é Deus!
– “Deus é o Criador de tudo o
que existe. Sem Ele não há vida. Ele veio recuperar o domínio da terra e nos
salvar de um ser muito mal que enganou Eva e Adão; as primeiras pessoas que
criou. Aí Ele enviou o filho dEle para nos procurar e salvar. Mas alguns não
queriam ser achados, gostavam do mal e mataram o filho de Deus numa cruz.”
Meu sangue “ferveu” quando
ouvi de minha mãe o que os homens maus tinham feito com o filho de Deus.
Senti-me irada e indignada com aqueles homens. Mãe, se o Pai dEle é tão
poderoso, porque deixou eles matarem o filho dEle? Por que não o ajudou? Por
que não destruiu aquelas pessoas más?
– “Ele morreu no lugar de
todos os que estavam perdidos. Morreu para ajuntar-nos em um só rebanho. Ele
deixou que fizessem isso com Ele. Por isso Seu Pai não o ajudou.”
– Que pena que Ele está morto,
não vou conhecê-Lo!
– “Não! Ele não está
mais morto não Anália. Só ficou na sepultura três dias, depois disso
ressuscitou. Ele está vivo de novo!”.
Que alegria! Só não dei
aleluias e glórias a Deus porque não conhecia essas palavras nessa época. [risos]
aos cinco anos e meses.
– Quero vê-Lo, onde está?
– “Não tem como vê-lo, Ele
está de novo com Seus poderes e nós temos pecados. Mas podemos dar-Lhe o 1º
lugar no trono de nosso coração, e quando Ele retornar, irá levar-nos para
conhecer Sua casa e acabar com os maus.”
– Mãe, Deus tem que estar em
1º lugar até antes de você no meu coração?
– “Sim, minha filha. O
primeiro lugar sempre é de Deus. Sem Ele não existiríamos.” Naquele momento
senti minha mãe que, até então era meu “deus”, descer do 1º lugar, do trono
imaginário do meu coração, e Deus o Criador ir para o primeiro.
Fico maravilhada quando me
lembro dessa história e dou glórias a Deus porque minha mãe não se lembra de
ter me contado sobre Deus e Sua redenção. Ela já foi espírita e católica
idólatra. Em Deus espero a sua salvação. Entendi anos mais tarde que o próprio
Deus Se apresentou para mim, atraindo-me para Si mesmo, através das Suas obras
na natureza e nos céus. Porque até esse dia eu não sabia que Ele existia.