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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Experiência Anormal

Mesmo sendo cristã; eu dançava em casa ao som de música que não edificava o espírito, assistia novelas; filme de terror, sensuais, lia romances etc. Por causa desses maus hábitos, Deus me permitiu passar uma terrível experiência com o sobrenatural das trevas. Era membro dos Desbravadores (tipo escoteiros), na igreja Adventista do 7º Dia da Vila Isa em Valadares; meu clube se chamava “Os Cicerones”, e eu gostava de me preparar no sábado à tarde para sair-me bem nos testes teóricos bíblicos. O resto do tempo livre durante a semana - passava lendo romances, ouvindo musicas mundanas e dançando, ora sozinha, ora com o meu irmão por adoção, sempre em casa. 

Desinteressei-me então pelas coisas espirituais tipo, cantar louvores a Deus, ir aos cultos na igreja, etc. Passei a ficar em casa nos dias de culto e só ia à igreja por causa das reuniões do clube de desbravadores que aconteciam numa sala anexa na igreja. Nem orar eu sentia mais vontade! Num sábado, todos se arrumaram para ir a igreja louvar a Deus e eu não quis ir, disse que estava sem roupa e sapato. Na verdade, só sem sapato! Tinha guardado no guarda-roupa da dona Núbia - um lindo vestido cor de rosa, que minha madrinha Dona Alverinda, havia me presenteado cerca de uns quinze dias passados. 

Assim que todos saíram; fui até ao quarto da dona Núbia, peguei um rádio antigo, relíquia - com cerca de uns 15 quilos da família, que estava dentro do guarda-roupa, liguei-o numa estação mundana; na época, em Valadares não tinha rádio evangélica, e comecei a ouvir música popular secular, que na maioria das vezes só fala de sensualidade, e espiritismo. Logo meu coração pesou, desliguei-o e levei-o de volta para o fundo do guarda-roupa onde estava. Peguei a Bíblia para ler, mas logo guardei também, não conseguia me concentrar. Parecia que minha cabeça estava oca para assimilar coisas santas! Porem na sexta-feira ‘a’ noite, havia ficado até quase a meia noite lendo romance no banheiro escondida, para ninguém me incomodar, por isso estava vazia das coisas de Deus, pois só alimentava a natureza carnal com base em sentimentos vãos.

Assentei-me na varanda e então começou o que foi - um grande tormento na minha vida por cerca de quase seis anos. Eu que não tinha medo nenhum de demônios; depois da experiência assombrosa com eles – então: conheci o medo! Tinha pesadelos horríveis ‘a’ noite e sentia-os ás vezes a me rodear durante o dia. Só quando conheci o pastor Kleber Reis, um homem a serviço de Deus, que se tornou meu amigo, é que lhe contei o que me acontecia espiritualmente há anos e ele orou por mim, foi ai que voltei a dormir direito depois de quase seis anos.

Tinha telefone no quarto do casal e uma extensão do telefone na sala. Eu estava assentada na varanda e ouvi o barulho do telefone na sala; levantei-me para atender, e enquanto me dirigia da varanda à sala; percebi que os toques que o telefone dava - não era de chamada e sim de alguém discando da central lá no quarto do casal. Meu coração acelerou, pois sabia que estava sozinha! Então: - não entrei na sala; preferi ficar andando pela varanda mais um pouco e pensar no que poderia estar acontecendo. Cheguei ‘a’ conclusão de que alguém poderia ter entrado na casa - sem que eu visse pela porta dos fundos e estar pregando-me uma “peça” tentando amedrontar-me. Com base nesse pensamento, tomei coragem e entrei na casa com a intenção de saber quem era o “engraçadinho” que estava querendo me assustar. Fui de cômodo em cômodo da casa e para minha surpresa não encontrei absolutamente ninguém. Tudo estava normal e pensei que pudesse ter me confundido correlação aos toques do telefone da sala. Porem: - quando saí do quarto do casal e entrei na copa, ouvi de novo o telefone da sala com o mesmo som de antes; ou seja, como se alguém estivesse discando. Como era extensão no quarto do casal e na sala, a gente ouvia quando alguém discava. Interessante também, que eram só três teclas digitadas e parava - como se fosse para eu pegar o aparelho de telefone e dizer alô. Mas eu não o fiz, estava sentindo a presença dos demônios e pensei que se pegasse o telefone e dissesse alô, eles iriam conversar comigo através dele. Saí correndo em direção “a” rua apavorada. Ir para a igreja em busca de ajuda eu não podia, pois estava de short. Entrar na casa sozinha para me arrumar - tinha medo. Então olhei na rua para ver se via algum vizinho para desabafar e me orientar; mas, a rua estava deserta, as casas pareciam sem habitantes, até o ar parecia parado. Depois de uns trinta minutos sentados na calçada, apareceu a N. andando na rua em direção a sua casa que era do lado direito da que morava.

N. era filha da dona T; chamei-a para sentar-se no banco onde estava na calçada e contei-lhe o que tinha me acontecido. Assim que terminei, ela se levantou e disse-me que ia chamar a mãe dela - que estava na casa de uma amiga na rua de trás para me ajudar. Mas sabia que a ajuda de sua mãe para mim seria pouca, pois ela era macumbeira.

Enquanto isso: - resolvi entrar na casa de novo; agarrei-me a idéia de que poderia ter sido algo de minha mente e nada mais. Entrei pela porta que já estava aberta a da sala; olhei e eis que tudo estava normal, avancei para a copa onde tinha uma estante grande e uma mesa de madeira encerada com oito cadeiras e fui ao quarto do casal que estava normal, mas quando sai de lá em direção à copa novamente, vi coisas que jamais me esquecerei! Bem, a minha frente na quina da mesa; estava um livro religioso todo empoeirado, que me havia sido dado para ler e que havia jogado sem que ninguém visse, em cima do guarda roupa; pois não queria lê-lo. A mesa de cor tabaco estava cheia de algo branco que parecia ser farinha e a minha gaveta na estante onde estava o livro de romance que estava lendo, estava aberta pela metade e o livro visível. Fiquei muito apavorada e sai correndo de novo em direção a rua, só que desta vez aos prantos. Tentei me controlar e lá da calçada minutos depois, resolvi olhar para dentro da casa - uma vez que a porta da sala continuava aberta e dava para ver até a parede que divide a copa e a cozinha. Parece que eles (demônios) entenderam que eu iria olhar para lá. Na parede da copa ficava um quadro de foto pendurado da primeira neta da dona Núbia que chamamos de Nubinha; porém, assim que olhei para dentro da casa – o que vi no lugar do quadro de foto, foi o meu vestido novinho - pendurado onde ficava o quadro, e o quadro estava no chão.

Imagine como ficou o meu estado emocional - que já não era dos melhores; devido às experiências anteriores. N, chegou e disse que a mãe viria logo, contei-lhe sobre o que vi e ela resolveu olhar também para conferir; eu não quis olhar com ela não! Fiquei num canto do quintal perto da rua, ignorando a casa porque fiquei com medo de enxergar o que não queria.

“Anália venha cá! Você não esta só! O seu irmão esta lá dentro da sua casa e esta chamando a gente para entrar acenando com a mão.” Levantei-me para ir; mas ai, perguntei-lhe:
- que irmão? É o .....

Impossível N. Ele foi para a igreja central e vai demorar chegar aqui; se o resto do pessoal daqui de casa - que foi para a igreja do bairro não chegou - quanto mais ele que foi para o centro!

“Mas é ele! Eu vi!” Ela afirmava. Ok! Então com que roupa ele esta? “Ele esta de calção e camiseta regata preto, sorrindo e com um óculo raiban.”

Não é ele.

De fato ele tem essa roupa e a usa quando está muito calor, em casa. Mas, hoje é sábado e ele não saiu vestido assim. Não é ele lá dentro!

“Olha comigo então?” propôs-me N. Ok! Sai de onde estava e fui; quando olhei para dentro da casa, não vi mais meu vestido dependurado no prego da parede, mas o quadro continuava no chão. Cadê ele N? Perguntei-lhe.

“Não sei, mas estava ali sim! Vamos entrar? Ele deve ter ido para dentro de casa.”

Eu não! Não quero entrar nessa casa. Voltamos e nos assentamos no banco na calçada.

Cerca de uns dez minutos depois a dona T chegou, a mãe da N. Contei-lhe o ocorrido e a N contou a experiência dela em ver meu irmão por adoção. Acho que é alguém que esta querendo assustar você, disse dona T. Em seguida propôs que entrássemos lá para conferir. Eu não queria, mas fui constrangida e fui com elas. Que arrependimento! A sala estava normal, mas a copa e a cozinha não. Vi o quadro da Nubinha no lugar. Porém, a minha gaveta na estante antes vista aberta pela metade, agora estava no chão. E o meu livro de romance "Bárbara" estava aberto na página que parei dentro da gaveta. A mesa, além da farinha, estava com os enfeites da estante todos de forma desordenada em cima dela. Dona T viu toda aquela bagunça, perguntou se eu a havia feito, disse-lhe mais uma vez que não e que inclusive a mesa da copa, que estava cheia de farinha, havia sido encerada na sexta-feira, em preparativo para o dia de sábado, quando abstínhamos de trabalhos comuns. Fomos para a cozinha; a minha esquerda, lá estava o rádio que tinha guardado dentro do guarda-roupa bem a minha vista. Isso foi mais que o suficiente para eu sair correndo para a rua e deixar a dona T e a N dentro da casa sozinhas. Para elas que não conheciam a casa e não sabiam como estava antes, minha reação pode ter parecido esquisita, mas eu sabia o que estava acontecendo lá dentro. Ela trancou a casa, e disse que levaria a chave para a casa dela e assim que a dona Núbia chegasse da igreja era para a gente chamá-la, pois iria fazer almoço; então diria o que lhes relatamos e o que viu na casa. Concordei e fiquei com a N na calçada aguardando o pessoal chegar da igreja.

O mais terrível nessa história toda é que eu não consegui orar, nem cantar; olhava para o hinário e não consegui lembrar se quer de uma melodia entre mais de 500 a minha disposição no hinário adventista; hinos que estava acostumada a cantar de cor. Descobri que havia me afastado tanto de Deus que quando dEle precisei, não tinha fé para invocá-lo.

Deus precisa fazer parte do nosso dia a dia. E Ele deseja estar com você nos momentos bons, e Lhe socorrerá nos momentos maus. Hoje O Senhor Deus é meu melhor amigo, meu ajudador, meu mestre, meu Senhor, meu Deus, inspirador, meu tudo! Nunca estou só, tudo que faço, Ele me orienta, pois seus conselhos são luz nas minhas trevas.

Antes de minha nova família chegar da igreja; recusei-me até a olhar na direção daquela casa; mas, N não se cansava de olhar para lá – na intenção de ver algo sobrenatural. Por volta das 11 horas e 40 minutos, os donos da casa chegaram da igreja, contei-lhes o que tinha acontecido. N foi chamar a mãe dela, que veio rapidamente e relatou o que tinha visto conosco.

Dona T, inclusive, disse a Dona Núbia que “não me disse nada quando entrou na casa comigo, porque eu estava muito apavorada; mas, nem dentro do centro de macumba, onde freqüentava há anos, tinha sentido a presença de tantos demônios juntos.”


Entramos na casa todos cheios de expectativa, inclusive eu, queria que a família visse a bagunça que os demônios tinham feito lá. Mas, para a minha surpresa, da N e da dona T; estava tudo no lugar. A mesa estava limpíssima; os enfeites no lugar, e o rádio dentro do guarda-roupa. Pouco depois, chegou o S da igreja Central I e a N viu que quem ela tinha visto era outro ser, pois o S estava em traje social.

Dona Núbia disse diante de todos que servia a Deus e que não ia aceitar demônios em sua casa. Convidou todos os presentes que se ajoelhassem e fez uma fervorosa oração. Era um dia quentíssimo, mas algo diferente aconteceu enquanto a dona Núbia orava. Eu senti um forte vento frio assoprar fortemente e passar por mim. Fiquei com vergonha de falar sobre isso, mas um dos presentes disse:

 “que coisa estranha! Num calor desses - senti um vento frio na hora da oração” depois disso: - comuniquei também que havia sentido “o tal” vento frio e as demais pessoas na sala também afirmaram ter sentido esse fenômeno. Chegamos “a” conclusão de que era os demônios indo embora na hora da oração da dona Núbia.

Hoje sei que Deus me permitiu essa terrível experiência para o meu próprio bem. “Tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.” (Romanos 8: 28) porém durante anos fiquei pensando: Por que isso aconteceu comigo? Na casa em que eu vivia, eu sabia que não era a mais rebelde. Um dia até disse pro M – isso tinha que ter acontecido é com você, pois é mais rebelde do que eu.

Bem! A fôrma que Deus lhe fez, jogou fora. Um pai pode ter dez filhos, mas sabe que cada um - é diferente do outro. A disciplina aplicada em um filho, na maioria das vezes não funciona com o outro, por causa da personalidade e do caráter ser diferente. Por isso Deus tenta alcançar a cada um de seus filhos de uma forma especial (Jeremias 17: 10) Essa fórmula usada por Deus; funcionou comigo, fiquei com pavor das coisas do mundo. Tudo o que o diabo lhe oferecer, por melhor que possa parecer “a” primeira vista, não é de graça - e o preço dele será a sua morte eterna. Vai querer? Eu não quero.

Passei muitos anos servindo a Deus por medo e não por amor. Mas, sendo Deus paciente e benigno, ouvia-Me, esforçava-Me, carregava-Me em Seus braços de conforto. (Isaías 41: 10)


Depois de mais de vinte e seis anos desta experiência, fui visitar uma senhora que tinha conhecimento dessa história e relembrando o passado - ela me disse que o “S” havia lhe dito que ele é quem havia me feito um “susto” porque eu não estava querendo ir mais a igreja. Disse a esta senhora que isso era impossível, uma vez que o “S” havia ido para o centro de ônibus e chegado arrumado como saiu depois de mais de 3 horas do ocorrido. Que a casa havia sido minuciosamente fiscalizada pela vizinha e depois trancada. Na verdade esse boato espalhou porque a “N” o “viu na porta sorrindo e chamando-a para entrar na casa através de gestos de mão, porém o que ela viu foi um espírito de demônio na forma corpórea do “S”. Mas a dona “C” dizer-me isso incomodou-me e mandei uma mensagem para o “S” pelo Facebook  implorando para que me contasse a verdade. Ou seja, se ele havia feito isso e falado isso para a dona “C”  a resposta dele foi a seguinte:

“Naquela época todo mundo me perguntava a mesma coisa, diziam que apostava que era eu que te assustei... Ainda mais que falaram que me viram... E eu sempre falei que não, então acho que ainda continuam acreditando que foi eu. Sann Novais