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sábado, 30 de julho de 2016

Que final

Estavam na casa da mãe dela, um bairro de alta periculosidade que ele não gostava de ir; mas como ela não estava bem, fez esse esforço. Parecia que se tornara outra pessoa. Poderia se dizer que ficara louca, endemoniada. Estava irreconhecível da mulher que conhecera, apaixonara e se casara um dia.

Ela não queria mais viver a vida tranquila do lar. Não queria cuidar dos filhos do casal. Não queria brincar com as crianças. Não queria passear com a família. Não queria que os novos amigos soubessem que era casada.  Passou a ser tipo visita em casa. 

Chegava, comia, dormia e saia para trabalhar e do emprego para as festas com as novas amigas e amigos chegando de madrugada.

Nesse dia na casa da sogra ele tinha esperança de que ela se equilibrasse. Que ouvisse os conselhos da mãe. Mas de uma hora para outra disse que já era grande o suficiente para cuidar da própria vida e que ninguém tinha nada a opinar com suas escolhas. Disse que ninguém pagava suas contas para intrometer. Quis ir embora.

O marido ficou desesperado porque começara um tiroteio entre gangues no bairro. Tentou fechar a porta, mas ela disse que tinha um compromisso e que iria embora e ninguém iria impedi-la.

Os filhos choraram implorando a mãe para não os deixar. O cunhado apelou. O esposo até chorou. Mas, ela não quis ouvir ninguém. Simplesmente saiu de casa.


Ele sentiu que ela iria morrer no meio daquele tiroteio, mas fazer o que? Só aceitar e conformar com esse triste fim de uma história que tinha tudo para ser de muitas alegrias. "AFCP"