O
Espírito Santo me impressionou a mente quase que uma semana para ir á Igreja
IASD Central de Belo Horizonte a Rua Timbiras. Nessa ocasião nunca tinha ido lá. No
sábado, na igreja de Bias Fortes, pedi a dois irmãos de fé que me levassem lá,
mas não lhes disse que era uma ordem do Senhor - que eu distribuísse lá um
panfleto meu, cujo título era “O Chamado”. No entanto, nenhum dos dois irmãos
de fé puderam me dar uma carona. Perguntei a minha amiga Reginalda como fazia
para chegar à igreja da Timbiras e ela me explicou.
Andei
por cerca de uns 50 minutos até lá. Conheci o primeiro ancião, o Alexandre, na
época e pedi que ele distribuísse o meu livreto. Ele disse-me que iria
deixá-los na mesa, na porta da igreja e quem quisesse poderia pegar após o
culto. Tudo bem, irmão. Eu não podia ficar lá para distribuí-los mesmo, porque
meus filhos tinham ficado na igreja de Bias Fortes, onde pedi a uma irmã para
dar uma olhada neles, de vez em quando.
Por
volta das 19h00min daquele sábado meu telefone tocou. Era uma irmã da Igreja
Adventista da Timbiras. Ela me disse que foi difícil para ela ir à igreja
naquele sábado de manhã, pois estava muito desanimada, mas foi. Ao sair viu um
livreto escrito “O Chamado”, pegou um e ao lê-lo se identificou com a parte
onde eu dizia que tinha dito “Não” para Deus.
Ela
continuou dizendo-me que raciocinou da seguinte forma. Nossa, ela também disse
“Não” para Deus e voltou atrás. Então eu também posso voltar.
Qual
é o seu nome? Perguntei-lhe.
“Não
quero dizer!”
Tudo
bem, respondi-lhe. Respeito seu desejo.
Sabe!
Hoje foi muito difícil para eu ir aí à igreja da Timbiras também; e lhe contei
o ocorrido da semana e do sábado pela manhã. Era por você que Deus me mandou ir
até aí então.
Ouvi
uma voz de choro e orei por ela, pelo telefone. Ficamos, acho, mais de uma hora
conversando.
Sabe,
continuou ela, “Meus pais não eram evangélicos, eu vi um dia os desbravadores
uniformizados e comecei a frequentar a igreja escondida dos meus pais. Um dia
minha mãe foi até lá para me bater, mas um irmão conversou com ela e ela
deixou-me frequentar lá a partir de então. O tempo passou e eu cresci, queria
namorar, mas não encontrei ninguém lá que me interessasse. Foi quando disse
“Não” para Deus, pois resolvi abandonar a fé e ir curtir o mundão, e pensei,
depois volto para a igreja. No mundão conheci um rapaz simpático, interessante,
o qual comecei a namorar e me entreguei. Tava indo tudo muito bem até que
engravidei e fui contar para ele.”
“Estou
te incomodando?” deu uma pausa na história e perguntou-me.
Não,
respondi-lhe. Pode falar à vontade. Na verdade estava passando uma tribulação
terrível, mas guardei só pra mim e Deus. Continue querida a contar-me sua história.
Sugeri-lhe.
“Quando
lhe contei que estava grávida, ele ficou furioso e disse-me que não me pediu
para arrumar filho nenhum e pensou que eu estava me cuidando. Eu era virgem,
você sabe que foi meu primeiro homem, disse-lhe.”
–
“Isso é problema seu, respondeu-me sem nenhuma piedade, aquele ser que agora de
forma irreconhecível, estava diante de mim.”
“E
mais, está tudo terminado entre nós. E foi-se embora.”
“Fiquei
chocada. Mas como tenho emprego e já morava sozinha, resolvi que criaria o bebê
sozinha. Fui ao ginecologista para começar o pré-natal e ele me pediu alguns
exames. Fiz e quando os levei ao médico, ele me informou que eu estava não só
grávida, mas estava com AIDS também.”
“Fiquei
desesperada. Estava grávida, sozinha, com AIDS e longe dos caminhos de Deus. Tive
minha filha, que para honra e glória de Deus e não é soro positivo.”
“Antes
de o bebê nascer, procurei o pai dela e lhe perguntei se sabia que tinha AIDS.
Ele me disse que sim. Por que não me avisou? Perguntei-lhe:”
“Ninguém
me avisou quando a puseram em mim também, respondeu friamente.”
“Agora
minha filha já está com oito anos e está no clube de desbravadores. Ela me vê
tomando remédios, mas não sabe o que tenho. Sabe, o remédio da AIDS tem um
gosto horrível, fez uma pausa. Eu tenho vontade de me casar, mas quem vai
querer-me? Sou aidética. Ás vezes fico tão deprimida que tenho vontade de me
matar. Várias vezes fui ao quarto da minha filha para matá-la e depois a mim,
mas algo me impediu.”
Orei
novamente por ela pelo telefone, incluindo a filha. Disse-lhe que ela estava
sendo atormentada pelos demônios da depressão e que deveria se apegar a Deus. Levei
o nome dela e da filha para vários irmãos orarem e orei um bom tempo por
aquelas duas vidas.
Nesse
momento, 07/05/2008, quando escrevo essa história, já faz quase três anos que
falei com essa jovem pela primeira e única vez. Não sei o que lhe aconteceu.
Mas jamais esquecerei sua história, que fica registrada aqui, segundo a ordem
de Deus, para testemunho do quão perigoso são as fascinações que o inimigo
oferece no seu sistema pecaminoso e quão grande é a misericórdia de Deus em
aceitar-nos de volta e perdoar nossas faltas contra Ele e contra nós mesmos. Anália Calixta